O assunto tendências sempre foi uma pauta quentíssima
para a comunicação de moda mas parece que a temática tem sido, no mínimo,
repensada. Para falar sobre o assunto, o Last Look conversou com Lívia
Corazza, fundadora do Passarelando, plataforma de moda que foca nos desfiles e
red carpets globais.
“A gente caminha para uma moda cada vez mais voltada para
o indivíduo, o que cada indivíduo gosta de vestir e do jeito que gosta de se
expressar”, esclarece Lívia. A comunicadora digital reflete que essa talvez
seja a razão pela qual, por muitas vezes, a abordagem sobre tendências é vista
de modo negativo, por questões como, por exemplo, o estímulo ao consumismo. A
liberdade e a singularidade têm sido demandas cada vez mais fortes, é verdade.
Contudo, as tendências não vão desaparecer. “Elas nunca vão sumir. Por mais que
nesse momento não faça tanto sentido, elas continuam sendo muito importantes
não só para o mercado mas para a indústria”, destaca a importância das
tendências para estimular o desejo pela moda, movimentar a economia do setor e
manter as marcas competitivas e relevantes.
Lívia Corazza é criadora de conteúdo e desenvolve a plataforma de moda Passarelando desde 2016. Foto: reprodução Instagram. |
As tendências são previsões de conceitos, produtos e consumo por um número significativo de pessoas por dado período de tempo, que costuma ser breve, tratando-se de microtendências. São cores, texturas, padronagens, que tendemos a consumir mesmo que de forma inconsciente. O mercado antecipa nossas necessidades de consumo com base em estudos e análises, assim, o que está em “alta” já havia sido previsto antes como um guia que orienta a moda. Quando os desfiles são apresentados, por exemplo, as marcas estão exibindo suas coleções antes do período de consumo.
Zendaya veste look Maison Valentino, feito especialmente para ela por Pierpaolo Piccioli. Foto: Sony Pictures. |
Claro que, nesse contexto, a pandemia não fica alheia: a tendência no Brasil e no mundo foi uma moda confortável, que nos remete ao aconchego e algo humanizado, com destaque para os trabalhos artesanais como o tricô e o crochê, que ainda vivenciamos embora estejamos num período de transição. Lívia acredita que essa é uma tendência que continuará mas, paradoxalmente, também haverá uma grande explosão inspirada na celebração da vida, dos reencontros. “Vai ter muito brilho, lantejoula, itens metalizados, muito glamour, toques de alta costura, como capas. Muitos detalhes do estilo sexy [como ilustra a estrela Zendaya na premiere de Los Angeles do filme Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa] como recortes, amarrações, fendas, o retorno dos anos 2000 como em peças de cintura baixa e cropped curto. Cada saída de casa será um evento. As pessoas vão se produzir muito mais. As peças guardadas para ocasiões especiais serão mais usadas porque qualquer momento que sairmos será um momento especial”, pontua.
Apresentação da Misci durante a São Paulo Fashion Week 52. Foto: Ze Takahashi / FOTOSITE (FFW). |
BTS veste Louis Vuitton para a Vogue coreana. Foto: HYEA W. KANG |
A palavra quente para 2022 é maximalismo. Mais é mais. A moda é um reflexo do nosso tempo e, justamente por isso, pela sede que estamos de vida, estaremos sedentos pela vitalidade fashionista em exagero. Duvida? Preparem os looks e boas festas!
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